O quadro “Diego e eu”, da artista mexicana Frida Kahlo (1907 – 1954) detém dois recordes. Quando foi a leilão, em 2021, a pintura, tornou não apenas a obra de Kahlo que maior valor alcançou em uma venda, como também tornou-se a mais cara obra de Arte feita por artista latino-americano.
![Frida Khalo - "Diego e eu"](https://ahistoriadaarte.com.br/wp-content/uploads/KHALO-Frida-Diego-e-eu-1929-764x1024.jpg)
“Diego e eu”, pintada em 1949, de modesta dimensão (30 x 22 cm), foi comprada por quase 35 milhões de dólares! Ou, em valores atuais, cerca de 175 milhões de reais!
O milionário comprador não foi um rico museu, mas um colecionador particular: Eduardo Constantini, argentino. Constantini que também detém o quadro brasileiro mais caro, “Abaporu”, de Tarsila do Amaral. O colecionador, entretanto, não é daqueles que compram obras caras para deleite privado, escondendo-as do público. Pelo contrário, ele fundou um museu, o MALBA, Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Argentina), onde, além das obras adquiridas pela instituição, ocasionalmente são expostas algumas das joias particulares do colecionador.
É o caso de “Diego e eu”, que ficará em exposição, a partir de 26 de agosto de 2022 – por um ano apenas, entretanto.
Frida Kahlo era uma artista claramente autobiográfica. O tema mais comum de suas pinturas era ela mesma. Porém, ao contrário de inúmeros artistas que faziam autorretratos em que pareciam imponentes, superiores, nas suas obras Kahlo expõe os seus dramas, as suas dores, a sua impotência. Em “Diego e eu” estão retratados a artista e seu marido Diego Rivera” (1886 – 1957), artista famoso à época. Rivera aparece como o “terceiro olho” de Kahlo – e o próprio Rivera possui um terceiro olho, este de verdade. Dos dois olhos de Kahlo, repare, saem lágrimas. A relação entre ela e o marido sempre foi muito conturbada e esta pintura não nega isto.
A obra não vinha a público desde 1998. “Diego e eu” será exposta ao lado de outra obra de Frida Kahlo, “Autorretrato com Macaco e Periquito”, esta sim pertencente ao MALBA. Além disto serão exibidos fotografias e outros objetos reunidos por Raquel Tibol, autora da primeira biografia sobre a artista.
Já o colecionador Eduardo Constantini, não é a primeira vez que vira notícia este mês. Ele foi o comprador de duas das 16 obras de Arte que uma mulher da alta sociedade carioca “roubou” de sua própria mãe – incluindo telas de Tarsila do Amaral, a mais importante artista brasileira, em um golpe avaliado em centenas de milhões de reais. Constantini, aparentemente, não sabia que a mãe não havia autorizado a venda das obras.
Quer saber mais sobre a artista? Clique aqui: Frida KAHLO.
!['Abaporu', de Tarsila do Amaral](https://ahistoriadaarte.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Abaporu-1928-858x1024.jpg)
Para saber mais sobre o quadro brasileiro mais caro de todos os tempos e sobre a artista que o pintou, leia os textos: TARSILA DO AMARAL e ‘ABAPORU’.
Para a mirabolante história da mulher que deu golpe de mais de 700 milhões de reais na mãe: OS QUADROS “ROUBADOS” DE TARSILA DO AMARAL.