Tiziano Vecellio, ou Ticiano, como ficou mais conhecido, nasceu por volta de 1485 a 1490, em Pieve di Cadore, na Itália.
De família pobre, Ticiano se tornaria um dos pintores mais bem sucedidos financeiramente da História.
Ticiano é considerado o maior pintor da Escola de Veneza durante o Renascimento.
Ticiano começou sua carreira no ateliê de um mosaicista. Depois, passou pelo de Giovanni Bellini (c. 1430 – 1516), um dos maiores artistas de Veneza, à época – lá, conheceu Giorgione de Castelfranco (c. 1477 – 1510).
Ticiano e Giorgione iniciaram experiências e acabaram por criar uma técnica com pinceladas mais livres e expressivas. A forma era conseguida com o uso da cor. Diria Ticiano: “Um bom pintor precisa de apenas três cores; preto, branco e vermelho.”
As obras de Ticiano e Giorgione eram muito parecidas, e até hoje existe discussão sobre a autoria de algumas telas.
Após a morte de Giorgione e de Bellini, Ticiano reinaria sozinho em Veneza.
No início da década de 1510, Ticiano recebeu uma importante encomenda, para afrescos em Pádua. Sua fama cresceu, e Ticiano passou a receber várias encomendas independentes. Seu primeiro trabalho oficial em Veneza foi “A assunção da virgem” (1516- 1518), para o altar principal de uma igreja. A obra foi aclamada.
Ticiano mostraria o poder de sua pintura não apenas em obras sacras, mas em todo tipo de tema: Mitologia, retratos etc.
Ticiano foi um dos primeiros artistas a conseguir ter clientela internacional, podendo escolher seus patronos.
Em 1530, morre a esposa de Ticiano, o que o deixa muito abalado. As obras de Ticiano após o luto adquirem um caráter mais contemplativo.
Neste ano ainda, conheceu o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V (1500 – 1558), durante sua coroação. Nos anos seguintes, Ticiano retrataria Carlos V várias vezes. Em contrapartida, Carlos V deu altas honrarias a Ticiano.
Em 1543, foi a Bolonha finalizar o retrato do Papa Paulo III – em Roma, dois anos depois, também retrataria o Papa e seus sobrinhos várias vezes.
A única vez que Ticiano foi a Roma foi esta, de 1545. Nesta viagem, Ticiano conheceu o “dono” (artístico) daquela cidade, Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564). Segundo relatos, inclusive o do pintor Giorgio Vasari, autor do livro “Vidas dos artistas” (de 1550), Michelangelo, a princípio, não quis conhecer Ticiano, mas depois foi visitá-lo de surpresa (acompanhado de Vasari). Michelangelo teria elogiado a “jovialidade” e a aplicação das cores da Pintura de Ticiano, mas, figura rude que era, teria resmungado: “É uma vergonha que o bom desenho não seja ensinado em Veneza!”. Mais uma das histórias da Pintura que entra para a categoria “lenda ou verdade?”…
Verdade é que no final desta década Ticiano atravessou os Alpes, numa viagem complicada, para ir à corte de Carlos V em Augsburgo, na atual Alemanha. Lá, Ticiano pintou “O imperador Carlos V em Mulhberg” (1548), considerada uma de suas maiores obras-primas.
Na parte final de sua vida, em Veneza, Ticiano trabalhou quase exclusivamente para o rei Filipe II da Espanha (1527 – 1598).
Ticiano morreu em 1576, com mais de 85 anos. Foi sepultado na Igreja de Santa Maria dei Frari, onde está “A assunção da virgem”.