Conheça a vida (biografia) e obras dos dois mais importantes escultores dos tempos modernos, Auguste Rodin e Constantin Brancusi.
AUGUSTE RODIN
François-Auguste-René Rodin, ou simplesmente Auguste Rodin, nasceu em 1840, em Paris, França, e é um dos escultores mais famosos do mundo.
O começo da carreira de Auguste Rodin, entretanto, foi bem difícil. Nascido em família pobre e bastante míope, Auguste Rodin era algo de zombarias por causa de sua habilidade – o que fez com que se tornasse um homem retraído.
Desde cedo Auguste Rodin trabalhou com Arte, inicialmente em ateliês alheios, onde apenas realizava o que já estava pronto em desenhos feitos por outros artistas.
Auguste Rodin tentou entrar 3 vezes na prestigiosa Escola de Belas-Artes. Três vezes reprovado.
No início da década de 1860, frustrado, e ainda por cima deprimido com a morte de uma irmã, Auguste Rodin resolveu abandonar o trabalho. Auguste Rodin entrou para um monastério. O padre Peter Eymard percebeu que Auguste Rodin não tinha vocação para a vida religiosa, mas percebeu que ele precisava de repouso. E o incentivou a esculpir – Auguste Rodin acabaria por esculpir o próprio padre Eymard.
Auguste Rodin saiu do monastério e alugou um ateliê. O escultor tentou mandar seus trabalhos próprios para o concorrido Salão de Paris – o que recebia eram negativas…
Em 1875, finalmente resolve ir para a Itália. Neste país, Auguste Rodin toma contato direto com a obra de vários mestres, especialmente Michelângelo Buonarroti (1475 – 1564).
Ao voltar para a França, o estilo de Auguste Rodin havia se desenvolvido muito. Tanto que inicialmente foi acusado de “trapacear”, usando moldes feitos em cera sobre o corpo dos modelos.
Polêmica superada, Auguste Rodin se tornou reconhecido ainda em vida. O primeiro grande monumento público para o qual Auguste Rodin foi contratado foi “Os portões do Inferno” (1880), que serviria à entrada de um museu, que nunca foi construído, e por isto a obra ficou inacabada.
Uma das inovações de Auguste Rodin era deixar um resto da pedra na escultura, às vezes como suporte. Isto ocasionalmente dava a impressão de que as figuras estavam acabando de sair da rocha – ou que ainda estavam presos a ela. Outras vezes, a pedra restante se incorporava à escultura, como em “O pensador”, onde serve de banco para o homem que tem a mente distante.
“O pensador” foi feita em 1880, e não só é a mais famosa escultura de Auguste Rodin, como uma das imagens mais conhecidas do mundo.
Outra obra de Auguste Rodin extremamente famosa é “O beijo”, feita entre 1901 e 1904.
Auguste Rodin, além de suas obras, é famoso também pelo longo caso extra-conjugal que manteve com sua aluna Camille Claudel (1864 – 1943), a quem esculpiu. Camille Claudel, 24 anos mais nova que o mestre, após ser abandonada por Auguste Rodin, ficou louca. Passaria longos anos internada e abandonada pela família. Após a morte, ficou famosa e é idolatrada.
Auguste Rodin morreu em 1917, com 77 anos.
A casa que era de Auguste Rodin hoje abriga o Musée Rodin. Também há um museu dedicado a Auguste Rodin nos Estados Unidos.
CONSTANTIN BRANCUSI
O romeno Constantin Brancusi, que nasceu em 1876 e morreria em 1957, é o mais famoso escultor do século XX, representando para a Escultura o que os modernistas significaram para a Pintura.
Ainda na Romênia, Brancusi aprendeu a esculpir na madeira e na pedra. Brancusi estudou em uma Escola de Artes e Ofícios e, depois, na Escola Nacional de Belas-Artes de Bucareste.
Suas primeiras obras serão muito influenciadas pela cultura popular de seu país natal.
Em 1904, Constantin Brancusi foi para Paris (França), estudar na Escola de Belas Artes. Brancusi moraria na capital francesa o resto de sua vida.
Em 1907, trabalhou por um curto período, entalhando o mármore, para Auguste Rodin (1840 – 1917), o mais famoso escultor do século anterior. Brancusi recebeu a proposta de ser assistente do mestre, porém preferiu trilhar seu próprio caminho.
Brancusi, sem dúvidas influenciado pelo Modernismo que agitava o mundo das Artes em Paris – e, paradoxalmente, também influenciado pela Arte Africana (como na escultura de bronze “Musa adormecida”) –, foi o grande responsável por retirar a Escultura dos caminhos do realismo, injetando nela formas geométricas puras – e até mesmo um certo abstracionismo (embora Brancusi negasse o título de abstracionista).
O seu projeto era simplificar as formas encontradas na natureza, em busca da “essência das coisas”. Assim, acabaria chegando a uma delicada forma de Minimalismo.
Apesar de sua ligação com Paris, Constantin Bracusi ainda mantinha um ateliê na Romênia. Ocasionalmente retornava ao país para realizar alguma encomenda, como “A coluna infinita”, de 1938, um monumento, em ferro, de 29 metros de altura, em homenagens aos soldados romenos mortos na Guerra Mundial.
Claro que a recepção a tanta inovação trazida por Brancusi foi controversa, ao menos no começo, mesmo naquela cidade que, aparentemente, aos poucos, abraçava toda e qualquer novidade, naquele frenético início de século. Alguns críticos questionaram até mesmo se o trabalho de Brancusi ainda poderia ser chamado de Escultura…
Num episódio famoso, uma obra sua (“Pássaro no espaço”, de 1923, uma representação vertical extremamente alongada) foi proibida de entrar nos Estados Unidos como “Arte”. Segundo os fiscais da alfândega, tratava-se de apenas um pedaço de metal e, portanto, um imposto de importação deveria ser pago.
Brancusi venceria estas batalhas. Hoje, além de ninguém fazer semelhante questionamento, é inegável a influência que a libertação que Brancusi trouxe para a Escultura permite que os artistas contemporâneos criem esculturas ainda mais inovadoras.
Com tantos outros artistas do começo do século XX, Brancusi ajudaria a redefinir o conceito de Arte – seja para a crítica, seja para o público ou seja para o encrenqueiro fiscal da alfândega…